sexta-feira, 4 de agosto de 2006

Tambor sem pele não, Tambor de pele nova!

Caiu a pele do meu tambor, junto dela, caiu minha pele também. Meu tambor veio da África e parte de mim também veio de lá, de tão longe que foge ao olhar. Ao sangue, à atitude e à consciência, jamais! Meu tambor é tocado por muitas pessoas. Eu não sou tocado por ninguém, há tempos. Temos (meu tambor e eu) uma ligação de origem em Nação, portanto, somos uma espécie de irmãos. Senti a dor de meu tambor ao perder sua pele e o acalentei dizendo que esta pele já lhe prestou o serviço que devia e que agora outra pele nova e revigorada viria e lhe possibilitaria o som, que é seu motivo de existir. Ele disse o mesmo pra mim. Aprendi a trocar de pele observando a serenidade de meu tambor com e sem sua sonoridade. Aprendi a tocar sua pele, permitindo que a dele tocasse a minha e que nossas almas se tocassem ambas, ambíguas, binárias, siamesas, Secretas. Ao longe ouço seus toques-de-longe a me acalentar. Seu som, que é o motivo de sua existência, o acompanha sempre, mesmo quando parece nada tocar. Assim sou eu meu tambor. Mu-dança: um dança na an-dança da gira do mundo. Este um sou eu, eu-som. Trocar de pele pede sede de virada. Sábio instrumento de Poder, me vire do avesso e me faça saber tanto quanto você. Vamos nessa Erê. Trocar de pele é se re-erguer|reiro-nato|!

Um comentário:

Bigode disse...

Meus questionamentos são mais escorpianos mesmo. Mas isso não importa, já que eu não entendo nada de astrologia mesmo.