quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

“Caminhamos sós”

Tua tez, miúda

Me desnuda os poros

Me frangalha os nexos

Me polui o sexo


Tu, pompuda

Me invade

Me constrange

Me aguça


Ai de ti

Em teu silêncio inerte


Ai de mim

Que me calo em febre


Ai de nós

Que não sabemos um do outro

E caminhamos sós

“Simples”

Para escrever poemas

É preciso

Ver poesia

Nas coisas

“Nome de Rua”


O centro da cidade

Abstrai seu coração de concreto

Em seu círculo vicioso

De ângulos retos

Pessoas se perdem nas esquadrias

De suas vias

De nomes pomposos:

“Marechal Não Sei das Quantas”

“General Etecetera”

”Fulano de Tal”

“Beltrano”

Os revolucionários não dão nome

Às ruas

Pois passam por elas

Movidos por algo maior