segunda-feira, 5 de novembro de 2007

“Alma de Ator não Dói ou Apenas Técnica"

Quando estou com a alma empoeirada, minha fala sai assim meio embargada.

Pareço parecer mais do que ser, me revelando um outro ser que me orbita e por hora me habita.

Queimo por dentro, mas não mais dum fogo ardente.

É mais um latido latente de um cão sem dente e sem osso pra roer.


Minh`alma nesse estado faz doer a mim e aos do lado.

Do lado de lá vejo nada.

Apenas luz e ribalta.

Pro lado de cá não tem escada, nem jangada que traga quem ousar pisar nesta calçada sem fundo.

Todo palco é um mundo (à parte).


Minh`alma assim reflete um mundo sem princípios, só o fim.

Tudo cinza e chuva e chuva cinza (não prateada).

Tento iluminar-me ao mundo numa risada.

Nada: é pouco.

Tento extravasar minha fúria num soco.

Mas isto não me pertence.


Minh`alma quando guarda este resquício de dor e mágoa se esquece.

Esquece que é amor.

Que sou ator.

Que minha função é forjar estados.

Que meu estado é um forjar de funções.

E nisto não há torpor ou emoções.

Apenas técnica.