Quando estou com a alma empoeirada, minha fala sai assim meio embargada.
Pareço parecer mais do que ser, me revelando um outro ser que me orbita e por hora me habita.
Queimo por dentro, mas não mais dum fogo ardente.
É mais um latido latente de um cão sem dente e sem osso pra roer.
Minh`alma nesse estado faz doer a mim e aos do lado.
Do lado de lá vejo nada.
Apenas luz e ribalta.
Pro lado de cá não tem escada, nem jangada que traga quem ousar pisar nesta calçada sem fundo.
Todo palco é um mundo (à parte).
Minh`alma assim reflete um mundo sem princípios, só o fim.
Tudo cinza e chuva e chuva cinza (não prateada).
Tento iluminar-me ao mundo numa risada.
Nada: é pouco.
Tento extravasar minha fúria num soco.
Mas isto não me pertence.
Minh`alma quando guarda este resquício de dor e mágoa se esquece.
Esquece que é amor.
Que sou ator.
Que minha função é forjar estados.
Que meu estado é um forjar de funções.
E nisto não há torpor ou emoções.
Apenas técnica.
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