quinta-feira, 25 de maio de 2006

kharma

Nunca conheci algo tão persistente quanto essa tal de Esperança. É... Realmente ela é a última que morre mesmo! Mas enquanto este falecimento não ocorre eu fico aqui querendo correr pra qualquer canto, querendo cantar de galo noutro canto qualquer, onde eu não tenha passado e onde meu presente seja um futuro infinito. Sem todo esse choro que não pára de jorrar. Sem toda essa mágoa que eu mesmo plantei e agora colho farta safra. Sem esta CULPA, com a qual acordo todos os dias e da qual não fui perdoado por Ela e, sendo assim, não consigo nem ser perdoado por mim, portanto, não consigo abrir meu coração, pois ele está sujo desta culpa sem perdão. Os zen budistas chamam isto de kharma e, segundo a doutrina deles, se eu não atingir o perdão nesta vida, voltarei quantas vezes forem necessárias, até que Ela me perdoe e, provavelmente, não conseguirei amar novamente até que essa penúria acabe.